Ata do Copom sobre manutenção de juros em 13,75% reforça rumos da política monetária do Brasil

Controle das metas de inflação e respectivas quedas de juros devem vir de forma gradual

Agência Dominium | Brasília, 09/05/2023

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça (9), justificando a manutenção em 13,75% ao ano da taxa básica de juros da economia (Selic), reforçou que o Banco Central mantém seu papel de guardião da estabilidade econômica e da moeda brasileira, independentemente de pressões políticas. A avaliação é do analista sênior da Dominium Consultoria, Gustavo Bernard.

De acordo com o especialista, ainda que os discursos privados e governamentais sobre a necessidade de redução dos juros para o crescimento econômico estejam se ampliando, o BC deixou claro que tecnicamente ainda não é o momento de se iniciar a curva de queda na Selic. “Outras variáveis econômicas, como os planos sobre o arcabouço fiscal e seus efeitos na previsibilidade econômica, estão sendo consideradas nesse momento, antes do início desse movimento de redução dos juros no médio e longo prazos”, explicou.

No Planalto, há uma preocupação com os desdobramentos dos juros na previsão de crescimento econômico e, consequentemente, diminuição dos índices de popularidade do Governo Lula III nos próximos meses.

Para sinalizar ao mercado e aos políticos como deve ser o rumo da política monetária ao longo de 2023, dois novos nomes foram indicados pelo Executivo para o BC: o Secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, e servidor de carreira do BC, Ailton Aquino. Os nomes indicados para a instituição monetária ainda precisam de validação do Senado Federal.

Em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou em 5,79%, no acumulado do ano. A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) está 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

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