Os efeitos do conflito Rússia-Ucrânia atingem também a construção civil do Brasil. A elevação do preço do petróleo e inflação modificaram as previsões do setor para 2022 e as demandas por políticas públicas que minimizem os impactos sobre a atividade.

“A pandemia, que causou a implantação em massa do home office, já estava afetando os lançamentos de prédios comerciais e as locações desse tipo de empreendimento da construção. Com o conflito, que aumenta as pressões sobre o petróleo e derivados usados na construção, como plásticos, por exemplo, se acende o alerta nos planos gerais de investimentos de obras, com mais pressão sobre preços, juros e crédito imobiliário”, avaliou a analista da Dominium, Raissa Bonfim. Segundo a especialista em relações internacionais, as variações do câmbio e a subida dos preços das commodities e insumos também já são esperadas no segmento, como maior custo do minério de ferro, cobre e alumínio.

Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil cresceu 9,7% no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do crescimento, as avaliações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) são de migração de investimentos da construção para o mercado financeiro devido o atual contexto econômico de juros e inflação.

Nesta semana o Comitê de Política Monetária (Copom) define a nova taxa básica de juros da economia (Selic). Taxa atual e de 10,75%. Mercado prevê aumento para 11,75%. Previsões para a inflação oficial, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também saltaram de 5,65% para 6,45%.