O diretor executivo de exploração e produção da Petrobras, Fernando Borges, assumiu interinamente a presidência da estatal, após o pedido de demissão de José Mauro Coelho, terceiro executivo a deixar o comando da Petrobras no governo do presidente Jair Bolsonaro, em 68 dias no cargo. Borges ficará no comando da empresa até a definição do próximo presidente pelo conselho. As mudanças na Petrobras ocorrem em um momento de alta de combustíveis e de insatisfação do governo em relação à política de preços da Petrobras.

 “Os debates no parlamento e no executivo tendem a focar ao longo dessa semana nas questões tributárias e de preços em relação aos combustíveis. Uma alteração da política de preços pelo poder executivo é muito mais complexa e sem chances de avanços concretos”, disse o analista da Dominium, Gustavo Bernard. Segundo o especialista, a prevalência da pauta dos combustíveis e do combate à inflação, em qualquer contexto, interessa ao atual governo. “Os efeitos negativos no processo eleitoral, com inflação sem controle e combustíveis caros, é uma ameaça que o governo quer afastar”, explicou.  

Nesta semana, os líderes partidários da Câmara dos Deputados avaliam se instalam uma CPI da Petrobras. Os deputados federais devem ouvir representantes do setor de energia sobre valores de tarifas e debater com o executivo políticas sobre questões tributárias no setor de combustíveis. Na semana passada, a Petrobras anunciou novo aumento nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias. As ações da estatal iniciaram em baixa nesta segunda (2), voltaram a subir ao longo do pregão do Ibovespa, e ficaram estável (+0,03%), aos 99.852 pontos.