Para tentar frear a inflação no mercado doméstico do Brasil, o governo federal reduziu as tarifas de importação de 11 itens do setor de alimentos, químico e siderúrgico. As novas alíquotas entraram em vigor nesta quinta (12) e estão válidas até 31 de dezembro deste ano. Entre os produtos que tiveram alíquota zerada ou reduzida para 4%, estão biscoitos e itens de pastelaria, carne bovina, farinha de trigo, vergalhões de aço, fungicidas agrícolas mancozebe, frango, trigo e misturas, milho em grão e ácido sulfúrico. A decisão partiu da Câmara de Comércio Exterior (Camex). 

Para a Analista da Dominium Raissa Bonfim, os efeitos da redução das alíquotas de importação podem ser vantajosos para setores específicos, como construção civil, agronegócio e indústria química, sem grandes efeitos na inflação doméstica. 

“Dificilmente as reduções de imposto de importação conseguirão frear a inflação. A alta generalizada de preços no mercado doméstico já estava em processo antes mesmo da guerra na Ucrânia. Esse fenômeno global, com tendência de altas de preços tanto em países desenvolvidos quanto emergentes, têm efeitos importantes em todos os mercados domésticos.” 

Na avaliação da especialista em relações internacionais, as decisões unilaterais do Brasil, no âmbito do Mercosul, demonstram que o governo brasileiro está muito preocupado com os desdobramentos negativos da inflação ao longo do ano. “A escalada dos preços dos combustíveis atinge diretamente os valores dos fretes e, consequentemente, impactam com mais ônus no comércio, no consumo”, afirmou.

Os especialistas em comércio exterior afirmam que muitos setores com aquecimento da produção pós-pandemia estão com maior demanda por insumos básicos. 

“A indústria nacional não está conseguindo suprir. A grande demanda e a pouco oferta de insumos reflete a alta dos preços, e é o principal fator para o setor da construção civil, por exemplo, ter buscado importar insumos de aço e pleiteado a redução de tarifas junto à Camex, completou.  

A Tarifa Externa Comum (TEC) no âmbito do Mercosul também deve ter redução média unilateral por parte do Brasil. No final do ano passado, a TEC foi reduzida em média de 12% para 10,8%. O governo espera fazer novas redução ainda neste ano: de 10,8% para 10%. Pandemia e Guerra na Ucrânia tem sido o argumento brasileiro no bloco para a redução das tarifas.

Confira as novas alíquotas de importação definidas pela Camex: https://bit.ly/3FJcPYT