O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou nesta terça-feira (16) o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI), em vigor no Brasil desde 2016 (Lei n º 13.334). Com o novo cálculo, a estatal pretende reduzir a volatilidade de preços, sem depender tanto das oscilações internacionais. A empresa anunciou também a redução nos preços dos combustíveis (gasolina e diesel) e do gás de cozinha.

“Depois de acionar a AGU para questionar no Supremo alguns dispositivos sobre a privatização da Eletrobras, o governo agora avança, ainda que indiretamente, sobre a política de preços da Petrobras, confirmando uma postura politicamente heterodoxa quanto à gestão das estatais. Tal postura não surpreende, pois faz parte da plataforma político-eleitoral do governo, mas tem gerado alguns questionamentos específicos vindos do Congresso e dos atores econômicos”, disse o diretor da Dominium, Leandro Gabiati.

Senadores já se mobilizaram para pedir explicações sobre a decisão da Petrobras, por meio da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), que aprovou pedido de audiência pública com a participação de autoridades da estatal. Deputados da base governista, por sua vez, comemoram o anúncio e qualificaram os ajustes como um retorno à política social da empresa. Para os parlamentares da oposição, contrariamente, adotaram discurso crítico ao entender que a baixa dos preços passa a ser feita na base da “canetada”, com riscos para as contas e governança da Petrobras.