A política externa brasileira está marcada por pragmatismo no atual governo. A avaliação é do diretor da Dominium Consultoria, Leandro Gabiati. Segundo o cientista político, a programação pública e empresarial à China, principal parceiro comercial do Brasil, revela a sequência de um roteiro eminentemente político. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrará com o presidente Xi Jinping após visitar Argentina, Uruguai e os Estados Unidos. “Essa sequência sinaliza quais são as prioridades da nova política externa brasileira”, afirmou.

“Apesar de ter visitado os EUA antes de ir à China, o tamanho e peso político da comitiva brasileira que estará na Ásia revela o caráter estratégico da relação bilateral entre Brasil e China. Os acordos decorrentes das reuniões bilaterais com os chineses devem contrastar com os magros resultados gerados na visita de Lula aos EUA”, disse Gabiati.

Em 2022, as exportações do Brasil para os EUA somaram US$ 37,4 bilhões. No mesmo período, as exportações brasileiras para a China alcançaram US$ 89,7 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Após a passagem pela Ásia, o foco da diplomacia brasileira será também o Oriente Médio. O governo brasileiro programou encontros políticos nos Emirados Árabes com o presidente Mohammed bin Zayed Al Nahyan. Desde 2008, os EAU estão entre os três principais parceiros comerciais do Brasil no Oriente Médio.