O sistema de inovação do Brasil está entre os mais complexos do mundo, segundo avaliação de autoridades governamentais e da pesquisa e do desenvolvimento. De acordo com dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), os número de contratos de tecnologia firmados pelas Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs), com empresas públicas e privadas, em todo o país, alcançaram R$ 1,3 bilhão em 2019, crescimento de 7,5%, em relação ao ano anterior.

“Mesmo com esse desempenho, a pirataria no Brasil avança com maior velocidade”, disse a analista da Dominium Consultoria, Raissa Bonfim. Segundo a cientista política e internacionalista, a pirataria ainda é uma ameaça tanto às empresas, que investem em pesquisa e desenvolvimento, quanto ao setor público. “Muito do recurso investido em inovação e desenvolvimento de novas patentes, que poderia voltar em forma de políticas públicas, se perde no caminho e isso é danoso pra toda sociedade”, explicou.

Levantamento recente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) aponta que as perdas com a pirataria para o setor produtivo alcançaram no ano passado R$ 280,8 bi. No mesmo período, o governo deixou de arrecadar R$ 129,2 bi.

Nesta quarta (26), quando se comemora o dia mundial da propriedade intelectual, o governo federal prevê divulgar dados sobre a inovação no Brasil. No Congresso, deputados e senadores também têm debatido o tema ao longo do mês em audiências públicas.